History Horror The Lend Urban

Music

30/05/2017

O Morador Da Velha Casa Contos De Terror

O Morador Da Velha Casa


— Há alguém alí. — Alguém? aonde? — Alí, naquele quarto. — Mentira, ninguém está alí, pensas que vou ficar com medo, quando dizes isso? — É sério Mário, vamos sair daqui. — Não, espera, vamos ver, talvez vamos encontrar algum dinheiro por aqui. — Eu não acredito tanto. — Não acreditas tanto o quê? — Que encontremos dinheiro, ou algo parecido. — Calma. — Vamos embora, está anoitecendo. — Já desististe da nossa aposta, medroso? — Claro que não, estava apenas... Te testando. — Júlio! olha tem uma escrita aqui na parede. — O que diz? — Deixa-me lá ler — diz o seguinte: "DE NOITE NÃO ESCAPARÁS", e está escrito a vermelho, cara. O sol já tinha afundado no horizonte, já era noite, com uma luz fraca e proveniente da lua, dois adolescentes se encontravam naquela pequena casa de tijolos deixados pelo tempo, eles tinham feito uma aposta, que poderíamos chamar de um jogo, a regra de jogo era; perde aquele que se mostrar medroso. A luz da lua tornava a camiseta branca do Mário como destaque e o vento que oscilava a cada segundo ameaçava arrancar o boné do mesmo. A iluminação era fraca, porém tornava a roupa dos adolescentes visível, naquela noite. A luz e o vento que já se tornava solene, penetravam através das lacunas deixadas nos lugares das janelas, as paredes, estavam cheias de rachaduras que pareciam galhos de uma árvore possuída por demónio. Júlio com seu andar engraçado foi até á janela, aliás, espaço que era janela, agora que ostentava um buraco que para perder a sua negritude dependia da luz da lua. Por um instante o vento parecia ter vida própria querendo arrancar os calções vermelhos do adolescente. Mal educado - Júlio pensou, segurando os seus calções. A altura escassa e o volume do seu corpo o tornava engraçado, e por isso fora atribuído apelidos, dentre eles destacam-se Gordinho e bolinha. O outro adolescente foi ao encontro do amigo, este contemplava a luz da lua pelo buraco bizarro. Mário já sentia algo percorrendo a sua espinha, e já pensava na ideia de desistir, todavia não queria se mostrar medroso e perder a aposta, o outro tinha o mesmo pensamento. A sorte deles era que aquela noite não era acompanhada de frio, porém ambos já tinham desistido da ideia de continuar alí, depois da noite ter regressado, no entanto decidiram abandonar aquele lugar, mas algo bizarro chamou a atenção deles, aquela escrita por eles detectada tinha sumido e tinha se convertido em audio. "DE NOITE NÃO ESCAPARÁS", soaram aquelas palavras, pronunciadas por uma voz estapafúrdia. — Mário ouviste isso? Júlio perguntou ao companheiro com uma voz trêmula. Mário acenou com a cabeça positivamente, e eles logo saíram feito loucos, correndo, mas um deles não teve sucesso e caiu no terror total. Algo habitava naquela cansada e velha casa, algo das trevas, algo muito perigoso, talvez algo sobrenatural, a sua voz trazia arrepios a qualquer ser humano. O sol tornou-se a aparecer, já era pura manhã, um dos adolescentes já se encontrava em casa depois de um grande susto do dia anterior, e logo apalpou o telemóvel com o intuito de ligar ao amigo, efectuou a ligação mas ninguém estava doutro lado da linha. Moradores vizinhos daquela pequena casa cansada e velha, acordaram alarmados, depois de dormirem com os gritos de um adolescente, este que fora encontrado sem vida, cheio de sangue, marcas de unhas bem afiadas que passaram rasgando a pele, o sangue escorria pelo piso da velha casa, a cabeça do adolescente desfigurada, roupa rasgada e cheia de sangue. "Será que ele ficou naquela casa ontem" o adolescente ainda com o telemóvel na mão pensou. Os pais do adolescente desaparecido começaram a busca, eis que eles foram indicados o local onde se situava a cansada e velha casa e eles foram com o intuito de observar se o adolescente encontrado morto era ou não filho deles. Chegados lá sem gastar muito tempo reconheceram logo de cara, o adolescente, infelizmente era filho deles, a roupa falava por si e o penteado também apesar da cabeça estar desfigurada. A mãe não aguentou aquela cena e de mediato vomitou, o pai do adolescente não o fê-lo. O jeans preto, a camisa branca, sapatos e um boné estavam rasgados e ensanguentados. Doutro lado, o sobreviventes​ ainda sem saber da morte do amigo liga mais uma vez, e desta vez é atendido. — Alô, Mário. Disse júlio. — Sim? — Estás bem? — Sim estou, venho te buscar esta noite. — Me buscar? — O quê? Ninguém mais respondeu, e o telemóvel fora desligado de outro lado da linha. Depois de centésimas, o telemóvel de Júlio toca. — Alô, é o Júlio? — Sim, sou eu mesmo, Sim? — Sou Alexandra Marcs, agente da polícia, liguei porque os pais do Mário não conseguiram o fazer. Tenho uma má notícia! Júlio não estava a espera de receber uma notícia daquelas, pois a notícia o deixou muito perturbado, ou talvez duvidoso sobre si mesmo. — O Mário foi encontrado morto nesta manhã, o que significa que pode ter perdido a vida ontem. — Está morto? Mas...mas. Eu falei com ele, agora a pouco, como a senhora me explica isso? — Não é possível. — Deixa pra lá, obrigado pela informação . Ele desligou o telemóvel e jogou-o contra a parede. As últimas palavras do Mário ao telefone, não saíam da cabeça do Júlio, já era noite mas o Júlio se questionava, em vez de lamentar a morte do companheiro. Andou pela casa inteira muito pensativo, mas não conseguia acreditar que o companheiro estava morto, e nem se esquecia das últimas palavras do amigo que dissera: "Venho te buscar esta noite". Júlio se encontrava na sala de estar com todas as luzes apagadas exceto o televisor que era a fonte da luz. Caiu no sono, mas de repente um leve estrondo soou, e despertou o adolescente, ele levantou e perguntou: — Quem é? Eis que a resposta soou. — VENHO TE BUSCAR! — DE NOITE NÃO ESCAPARÁS. ha, ha, ha.........

Nenhum comentário: